segunda-feira, 15 de abril de 2013

Um encontro histórico

Recentemente houve um encontro histórico para o Ingá. No dia 07 de abril de 2013 o historiador Vanderley de Brito, autor do livro “A Pedra do Ingá: itacoatiaras na Paraíba”, que teve cinco edições publicadas (2007-2008-2010-2011-2012) se encontrou com o jornalista Gilvan de Brito, autor do livro “Viagem ao desconhecido: os segredos da Pedra do Ingá”, que teve três edições publicadas (1988-1989-1993). Muita gente pensa que eles são parentes, pelo fato de terem o mesmo sobrenome, mas não são, trata-se apenas de coincidência. O encontro destes estudiosos da Pedra do Ingá se deu na casa do jornalista, no bairro do Bessa, em Cabedelo e ambos conversaram bastante sobre suas respectivas pesquisas. Foi uma conversa amigável e descontraída, muito embora ambos são terminantemente discordantes sobre a autoria e objetivo das inscrições rupestres gravadas em baixo-relevo daquele famoso monumento rochoso do sítio Pedra Lavrada. Gilvan de Brito identifica indicativos astronômicos no conjunto nas inscrições do Ingá como as constelações de Grus e Peixe Astral, no painel superior, e no inferior Cão Maior e Orion, as quais considera indicar os ciclos propícios ao plantio. Também imagina, com base na cultura egípcia antiga, que este monumento lítico seria um possível santuário ou túmulo que estaria relacionado com a lendária Atlântica e as pirâmides de Quéops e Tiotihuacan. É opinião também do jornalista que ali estaria registrado um possível calendário lunar e fórmulas de viagens intergalácticas. Para Gilvan, no Ingá há formas silábicas e ideográficas, cuja leitura deve-se basear na multiplicação de cada pictograma pelo número de capsulares anexos a este. Já para o historiador Vanderley de Brito a Pedra do Ingá seria um lugar destinado a cultos religiosos e as inscrições representariam um possível código xamânico, usado por misantropos sacerdotes pré-históricos – talvez com o estado de consciência alterado - para práticas rituais apoiadas em uma mitologia que divinizava os fenômenos do mundo físico e cujos sinais representariam pontos de referência para recitação de hinos evocativos às forças da natureza. Em outras palavras, Vanderley acredita que ali estão registrados lembretes votivos para iniciados na arte da magia entoar cânticos mágicos, em coro uníssono, num sistema onde não se lê o texto, apenas associa cada figura com uma estrofe de uma oração. Não sabemos quem estaria com a razão, mas temos que concordar que ambos, jornalista e historiador, apresentam teorias muito interessantes.